O surgimento do teatro on-line

Logo que a pandemia da Covid 19 chegou ao Brasil, os espaços culturais pararam as atividades. Foram os primeiros a fechar deixando uma infinidade de profissionais (a maioria autônomos, informais, microempreendedores individuais) sem trabalho e remuneração. Peças que estavam em cartaz tiveram que cancelar temporadas. Espetáculos prestes a estrear foram adiadas por tempo indeterminado.  

Em princípio, pensávamos tratar-se de uma suspensão temporária, mas logo vimos que não! No Brasil tudo acontece de um outro jeito!

Passado o susto inicial foi hora de encarar mais um problema em um setor que enfrentava dificuldades com a diminuição do papel do estado, redução de investimentos, cerceamento e censura com disputas ideológicas. 

Muitos artistas encontraram uma forma de conectar-se com seu público e surgiram as primeiras lives. O mercado musical foi mais ágil, facilitado pela possibilidade de produção, o artista e seu violão já davam conta do recado, e pela força da música. Logo as marcas começaram a enxergar o potencial de mercado e investiram nas lives patrocinadas com os grandes artistas do entretenimento. Mas e o teatro?

A primeira questão que surgiu foi se teatro transmitido de forma on-line é teatro? E como produzir de forma segura uma peça de teatro? Como remunerar esses profissionais que já estavam estrangulados sem, nem ao menos, a fonte de renda da bilheteria? Teria público interessado? 

Os novos caminhos e o surgimento do teatro on-line

Surgiram algumas iniciativas com editais emergenciais e veiculação em plataformas digitais. Alguns artistas começaram a adaptar ou produzir para o formato. 

Destaco aqui o grupo Os Satyros, um dos primeiros a pensar uma peça de teatro para a internet. Em “A Arte de Encarar o Medo” promovem uma experiência inovadora, com direito ao ritual comprar o ingresso no site da Sympla, escolher a sessão e aguardar numa sala de espera virtual antes da peça começar. 

Eles fazem tudo ao vivo, em tempo real, super interativo, o público participa de algumas cenas com depoimentos fazendo cada dia ser especial. 

Na sessão que eu assisti tinham 160 pessoas conectadas provando que sim, tem público e o teatro virtual pode existir e prosperar com certeza! 

Passado quatro meses de pandemia, vejo muitas outras iniciativas como essa acontecendo e movimentando o mercado e a mídia. Eu mesma, estou começando projetos que vão acontecer em breve e logo contarei mais detalhes. 

Sendo que dois desses projetos vem de outros estados, modelo de negócio que, provavelmente, eu não conseguiria atender se não fosse pelo “novo normal” e toda essa transformação digital! 

E você, assistiria uma peça de teatro on line?

Um viva ao teatro e as boas novas! 

Eu sou a Adriana Balsanelli – Assessora de imprensa especializada em cultura