Casa da Tia Siré – Gesta Mullier

Companhia Casa da Tia Siré apresenta Gesta Mullier, na Oficina Cultural Oswald de Andrade

As mulheres que abriram caminho ao longo dos anos de escravidão, abusos e conquistas compõem a narrativa polifônica deste trabalho da Cia Casa da Tia Siré. Gesta Mullier está em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade, com sessões quartas, quintas e sextas-feiras, às 20h e sábados, às 18h. Ingressos grátis.

Com idealização e atuação de Andressa Ferrarezi, projeto vem sendo gestado pela atriz há cerca de seis anos, dentro das oficinas e ações da Cia Casa da Tia Siré. A iniciativa lançou uma provocação acerca dos arquétipos e estereótipos femininos com sete cenas dirigidas por sete diretores diferentes: Georgette Fadel, Renata Zhaneta, Nei Gomes, Osvaldo Hortencio, Daniela Giampietro, Vera Lamy e Dinho Lima Flor.

“São histórias proibidas pela narrativa oficial que carregamos e herdamos. Um retorno ao obscuro útero doméstico que nos gerou e o vislumbre da concepção de um novo mundo. Passam por história que envolvem arquétipos como virgindade, casamento, mulheres subversivas, gravidez, entre outros,” explica Andressa.

Renata Zhaneta trabalhou com a questão da virgem, tratando desde a Virgem Maria até histórias sobre famílias que foram geradas por mulheres indígenas. Nei Gomes se debruçou com o tema da noiva e o que acontece com a mulher após o casamento. Uma das inspirações veio do quadro O Velório da Noiva, da pintora Maria Auxiliadora, e de entrevistas realizadas com outras mulheres. A cena se desenvolve com uma radionovela por meio de uma senhora contando todos os aspectos que a envolveram após o seu casamento, passando por solidão e abandono.

Osvaldo Hortencio ficou com o arquétipo da filha e sobre o sistema de regras que é introjetado na criança e reproduzido quando são adultas. Vera Lamy dirige uma cena que teve como propulsão a prostituição e o aborto. O texto A Infanticida Marie Farrar, de Bertolt Brecht, foi uma das inspirações.

Mulher diaba é o assunto que rege a direção de Daniela Giampietro. Foram pesquisadas as mulheres subversivas de vários tempos. São aquelas que se negaram ao trabalho doméstico, pediram divórcio, que desapareceram por lutar contra o sistema, até chegar a essas mulheres militantes que atuam hoje em movimentos como o Feminista, LGBTQI, Negro entre outros.

O modelo da parteira e da mulher grávida foi orquestrado por Dinho Lima Flor. Na trama, uma mulher decide pelo próprio corpo ao não se sujeitar ao estado ou plano de saúde para fazer suas próprias escolhas.

A cena final é realizada em uma grande árvore, feita pela artista plástica Bel Matos, que simboliza a sabedoria, ancestralidade, evocando conhecimento das curandeiras e benzedeiras, grávidas de conhecimento. Georgette Fadel utiliza esses significados para o prólogo e o epílogo do arquétipo da velha sábia.

A paisagem sonora mescla instrumentos como violoncelo, berimbau, guitarra, viola caipira, moringa. Todas as cenas acontecem dentro de um ninho, instalação de Caio Marinho, que faz uma alusão ao útero materno.

O espetáculo é a última etapa do projeto CompArte: Gestando Poéticas – 10 Anos de Cia. Casa da Tia Siré, contemplado com a 30ª. Edição do Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, que resultou nas montagens dos espetáculos DesPrincesa, Adoráveis Criaturas Repulsivas e Assombrosas.

FICHA TÉCNICA

Dramaturgia e atuação: Andressa Ferrarezi. Direção: Georgette Fadel, Renata Zhaneta, Nei Gomes, Osvaldo Hortencio, Daniela Giampietro, Vera Lamy e Dinho Lima Flor. Direção Musical: Rani Guerra. Trilha e gravação da radionovela: Joana Flor. Vozes: Andressa Ferrarezi. Cenário: Caio Marinho. Figurino: Cristiane Lima. Artista plástica (criação da árvore): Bel Matos. Iluminação: Robson Lima. Arte: Lígia Dembinski. Operadores de som: Glauber Pereira e Juh Vieira. Produção geral: Andressa Ferrarezi. Produção executiva: Fabio Teixeira e Thaís Campos. Criação do texto da Mulher Diaba: Daniela Giampietro. Poesias: Virgem – Luiza Romão; Marias de Mim: Isabela Penov. Músicos: Guilherme Carrasco (berimbau), Joel Carozzi (violoncelo), Joana Flor (viola caipira), Rodrigo Lopes (rabeca), Rogério Nascimento (udu), Kauan Scaldelai Sartori – (guitarra). Fotos e mídias Sociais: Jonatas Marques. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Cia. Casa da Tia Siré: Andressa Ferrarezi, Glauber Pereira, Juh Vieira e Thaís Campos. Integrantes do projeto CompArte: Gestando Poéticas – 10 ano de Cia. Casa da Tia Siré: Davi Gomes, Iara Perri, Jaqueline dos Santos Reis, Pedro Siqueira, Raquel de Oliveira Freitas e Yasmin Moraes. Realização: Cia. Casa da Tia Siré e Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. Apoio Institucional: Oficina Cultural Oswald de Andrade.

Serviço:

GESTA MULLIER

De 26 de setembro a 6 de outubro

Temporada: Quartas, quintas e sextas-feiras, às 20h. Sábados, às 18h.

Ingressos: Grátis – retirar com 1h de antecedência.

Classificação etária: 12 anos.

Duração: 100 minutos.

OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE. Rua Três Rios, 363. Bom Retiro. São Paulo. SP. Capacidade: 45 lugares.

Informações para imprensa:

Adriana Balsanelli

Fone: 11 99245 4138

imprensa@adrianabalsanelli.com.br