Ciao Amore Ciao
Musical intimista de Antonio Interlandi, Ciao Amore Ciao reinventa universo musical do poeta Luigi Tenco, ícone da música italiana
Sucesso de crítica em Paris, peça tem quatro apresentações no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, entre 5 e 9 de outubro
“Uma magnífica viagem através do universo do cantor Luigi Tenco, conduzida por dois talentosos artistas com uma grande sensibilidade” – Jornal Musical Avenue, Paris, França
O ator, cantor e bailarino brasileiro Antonio Interlandi, que vive na Europa há mais de 30 anos, traz a São Paulo o seu bem-sucedido musical intimista sobre a obra do cantor Luigi Tenco (1938-1967), que ficou conhecido por revolucionar a música italiana nos anos de 1960. O espetáculo Ciao Amore Ciao, tem quatro apresentações no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, entre 5 e 9 de outubro. Para contar essa história, o intérprete é acompanhado pelo pianista francês Mathieu El Fassi.
Criado em Paris, no Théâtre du Petit Saint Martin, o musical resgata a intimidade, a melancolia, o engajamento político e o humor insolente do poeta, a partir de uma reinvenção interiorizada e vibrante de seu universo musical. Companheiro e amante da célebre cantora Dalila (1933-1987), Tenco teve sua vida e sua carreira precocemente abreviadas em 1967, quando ele se suicidou depois de ter a canção Ciao Amore Ciao rejeitada no Festival de Música de Sanremo.
O interesse pela vida de Tenco e a ideia de criar um olhar contemporâneo para os doces anos das baladas italianas surgiram quando Antonio Interlandi atuou no filme Dalida (2005), da diretora Joyce Buñuel. “Comecei a pesquisar sobre a vida de Luigi Tenco, sobre seus textos e suas canções por volta de 2010. Ouvi, li, perguntei e até viajei pela Itália. O que mais me fascina na figura de Luigi Tenco é o timbre de sua voz, sua interpretação, seu carisma, a maneira engajada como ele encara a música e sua integridade na escritura de seus textos”, revela o autor.
Em Paris, Antonio conheceu o talentoso pianista Mathieu El Fassi, que já tinha carreira em peças de teatro e musicais. “Ele aceitou mergulhar nessa aventura junto comigo, trabalhando nos arranjos, afirmando opiniões, dividindo o palco. Aos poucos, criamos as etapas do espetáculo, adicionando textos e inovando a forma. A cantora lírica Claudia Riccitelli, que, por acaso, estava na França, assistiu à estreia. Sua adesão ao espetáculo foi imediata e seu entusiasmo nos convenceu a trazer esta aventura até o Brasil. Concluiremos a circulação retornando a Paris, com uma apresentação em novembro próximo no prestigioso teatro Café de la Danse”, diz.
A “pequena ópera de câmara”, como o jornalista René de Ceccatty, do Le Monde, definiu o musical, também traz duas canções de Chico Buarque. “Durante o processo criativo, percebemos que o conteúdo das letras de Tenco, a paixão pelas mulheres, a descrição do quadro social da época e a crítica à censura aproximavam bastante o letrista do universo de Chico Buarque. Inserimos as canções do brasileiro no trabalho como uma imagem refletida em um espelho do universo do cantor italiano”, esclarece o intérprete.
Sobre Luigi Tenco
Cantor, compositor e poeta, Luigi Tenco (1938-1967), nascido na comuna italiana de Cassine, era companheiro da célebre cantora Dalida (1933-1987). Apesar de sua breve carreira, de apenas sete anos, ele foi considerado um poeta e músico à frente de seu tempo. Foi o primeiro “cantautore” e um dos responsáveis pela renovação da música italiana.
Sua existência e seu trabalho foram marcados pelos acontecimentos dos anos de 1960: os primórdios do divórcio na Itália católica conservadora; o sucesso absoluto do compositor Bob Dylan; o consumo de massa da cultura musical americana; as reivindicações de liberdade política e as revoltas da juventude italiana; a liberação dos direitos das mulheres; os homens de cabelos compridos, entre outros.
A beleza dos textos de Tenco nos revela a personalidade de um jovem solitário e revoltado, porém pacífico, amoroso e inteligente. Algumas de suas canções foram censuradas pela emissora RAI, consideradas chocantes pela maneira como falavam de amor ou excessivamente críticas em relação à sociedade.
Em 1967, a gravadora RCA o convence a se apresentar no prestigioso Festival de Sanremo, com a esperança de que o grande público finalmente reconhecesse o trabalho dele. Apesar de ser contra esse gênero de manifestações, Tenco aceita a proposta encorajado por Dalida. Para o concurso, interpreta Ciao Amore Ciao, sobre a questão da emigração na Itália.
A música não é classificada para a etapa final do festival. Naquela noite, Tenco retorna para seu quarto de hotel e, poucas horas depois, é encontrado sem vida, com uma bala cravada na cabeça e um revolver a poucos centímetros de sua mão. Ele morreu com apenas 28 anos.
Sobre Antonio Interlandi
O brasileiro Antonio Interlandi mora na Europa há mais de 30 anos. Ele cursou o Ballet Stagium, em São Paulo, começou sua carreira no Balé do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e recebeu uma bolsa de estudos de dois anos para estudar na Académie de Danse Classique Princesse Grace, em Monte Carlo, em Mônaco. Também frequentou a Escola de Teatro de Chaillot, em Paris, na França, e estudou canto com Christiane Legrand, P.Y. Duchesne e Jasmine Roy.
Em Mônaco, Interlandi integrou o Balé de Monte Carlo, dirigido por Pierre Lacote, e, na Alemanha, o Balé da Ópera de Hamburgo, dirigido por John Neumeier. Participou de diversas produções francesas e italianas de teatro clássico (como O Burguês Fidalgo, Bérénice, A Locandiera e O Mentiroso), contemporâneo (como Divino Amore, Tatouage, Pasolini en Forme de Rose e Madame de Sade) e musical (como Evita, Mike, A Bela e a Fera e Os Anos Zazous), trabalhando com diretores como Alfredo Arias, Jean-Claude Brialy, Nita Klein, Thomas le Douarec, Jean Gillibert, Jean-Claude Penchenat, Jack Cooper, Jean-Michel Ribes.
Estreou diversos textos teatrais escritos especialmente para ele. Sob a direção de Alfredo Arias, por exemplo, foi o protagonista de Peines de Coeur, pelo qual recebeu o prêmio Molière Francês do melhor espetáculo musical. Dirigiu e atuou a peça Palavras Esquecidas, em cartaz no Teatro Eva Herz, em São Paulo, em 2016.
No cinema, filmou com Brice Cauvin em L’Art de la Fugue; Sam Karmann em A Quase Verdade, presente no Festival Varilux; e com Newton Adouaka em Funéraille, selecionado no Festival de Cannes. Na televisão, fez uma dezena de telefilmes para as emissoras TF1 e France2 (França) e RAI (Itália). Participou dos Festivais de Avignon, Salzbourg, d’Automne de Paris, Dos Dois Mundos de Napoli, Ramatuelle, Bruxellons e Cannes.
Sobre Mathieu El Fassi
Pianista clássico e concertista, Mathieu El Fassi dedica-se principalmente à improvisação, tendo feito mais de 350 apresentações desse gênero. Em paralelo a essa atividade, acompanha cantores em recitais e participa da elaboração de vários espetáculos musicais e teatrais.
Em 2003, torna-se professor no Conservatório Nacional de Paris junto ao Jeune Choeur, sob a direção de Laurence Equilbey. Integra, em seguida, a companhia teatral do diretor francês Olivier Py nos espetáculos Les illusions comiques, Les enfants de Saturne, Opus Magnum, Roméo et Juliette e Die sonne. Acompanhou o ator francês Michel Fau em Récital Emphatique e em Nevrotik Hotel, no Théâtre des Bouffes du Nord, em Paris. Além disso, já participou dos festivais de Avignon e de Edimburgo.
Ficha técnica:
Título Original: Ciao Amore Ciao. Texto e atuação: Antonio Interlandi. Pianista: Mathieu El Fassi. Músicas: Luigi Tenco e Chico Buarque. Direção e Arranjos Musicais: Antonio Interlandi e Mathieu El Fassi. Supervisão de direção: Nita Klein. Iluminação: Nádia Luciani. Tradução: Daniela Machado de Freitas. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Produção Executiva: Berta Lúcia de Freitas Costa Campos. Projeto Cultural incentivado pela Lei Goyazes-Secretaria da Cultura -Goiás.
Serviço:
CIAO AMORE CIAO – Estreia dia 5 de outubro no Teatro Eva Herz.
Duração: 70 minutos. Classificação: 12 anos. Ingressos: R$60 (inteira); R$30 (meia-entrada).
Temporada: dias 5 e 6 de outubro, sexta-feira e sábado, às 21h; dia 7, domingo, às 19h; e dia 9, terça, às 16h (no projeto “Momento Música”).
TEATRO EVA HERZ – Livraria Cultura, Conjunto Nacional – Av. Paulista, 2.073 – Bela Vista.
Bilheteria: Terça a sábado, das 14h às 21h; domingo, das 12h às 19h. Capacidade: 168 lugares.
Informações: (11) 3170-4059.
Vendas Ingresso Rápido.
Informações para imprensa:
Adriana Balsanelli
Fone: 11 99245 4138