A Branqueadora

Rita Grillo protagoniza solo que retrata futuro distópico com direção e texto argentinos

Com uma história que se passa em um futuro distópico, o solo A Branqueadora faz curta temporada de 4 apresentações no Teatro Pequeno Ato, de 4 a 7 de julho, quinta à sábado, às 21h, e domingo às 19h. A montagem conta com texto de Sol Rodríguez Seoan e direção de Miguel Israilevich, ambos argentinos, e atuação da brasileira Rita Grillo.

Este espetáculo foi criado na capital francesa, em março de 2019, pelo Collectif Tropical, coletivo de artistas cênicos latino-americanos de Paris, do qual fazem parte Miguel Israilevich, Rita Grillo, a diretora brasileira Mariana Vaz e o ator brasileiro Bruno Stierli.

A tramaé uma viagem distópica para a qual somos transportados por uma única intérprete em cena. Por meio de suas ações e sua narrativa podemos entrever uma realidade paralela na qual o mundo se converteu em um ambiente hostil para a maioria dos seus habitantes.

O espaço está cheio de roupas que não pertencem mais a ninguém. Durante o espetáculo a branqueadora tenta apagar as manchas das roupas, para que elas possam ser reutilizadas. Cada uma dessas manchas é o testemunho de um terrível passado recente, e o objetivo da branqueadora é apagar as evidências desse passado.

“Em sua pesquisa como diretor, Miguel Israilevich procura trabalhar com os atores a partir de um lugar essencialmente lúdico. Para ele, o instrumento de trabalho do ator é a ação. É por isso que, no caso particular de “A Branqueadora” é preciso colocar em tensão tudo o que a intérprete conta e faz. Todas as histórias saem das manchas que ela encontra em cada peça de roupa. As roupas serão seus únicos companheiros na solidão do quarto em que ela está”, diz Rita Grillo.

O texto inédito da dramaturga argentina Sol Rodríguez Seoan propõe um percurso vertiginoso, no qual as aparências encantam o espectador e não o deixam ver, antes do fim, quem é a personagem diante dos seus olhos.

Miguel Israilevich, diretor argentino radicado em Paris, foi selecionado para a Bienal de Arte Jovem de Buenos Aires nos anos de 2013 e 2015. O artista também realiza uma Oficina De Teatro, de 8 a 11 de julho das 14h às 17h, no Teatro Pequeno Ato.  A atriz brasileira Rita Grillo, também radicada na França desde 2016, se entrega ao jogo de encarnar em cena a personagem misteriosa e ambígua da branqueadora. Os figurinos são de autoria da figurinista colombiana Verónica Rendón.

“O público será uma testemunha silenciosa do que acontece com a personagem. Sem perder o humor, a peça atinge os espectadores, os fazendo imaginar se esta realidade distópica da qual falamos está realmente distante do mundo na qual vivemos”, finaliza a atriz.

Ficha Técnica:

A Branqueadora. Texto | Sol Rodríguez Seoane. Direção | Miguel Israilevich. Interpretação | Rita Grillo. Figurinos| Verónica Rendón. Colaboração artística | Luciano Rosso. Tradução | Miguel Israilevich e Rita Grillo. Cenário | Miguel Israilevich. Iluminação | Miguel Israilevich et Luigi D’aria. Fotos e vídeo | Andrés Mendoza. Identidade visual | Benoit Jeay. Realização | Collectif Tropical. Assessoria de Imprensa I Adriana Balsanelli e Renato Fernandes.

Serviço:

Teatro Pequeno Ato (Rua Teodoro Baima, 78). Temporada: de 4 a 7 de julho. Quinta à sábado às 21h | domingo às 19h. Ingressos: R$40,00 | R$20,00 (meia). Classificação: 14 Anos. Duração: 50 Minutos.

Workshop

Oficina de teatro com Miguel Israilevich

De 8 a 11 de julho das 14h às 17h no Pequeno Ato

informações e inscrições pelo e-mail: collectiftropical@gmail.com

MIGUEL ISRAILEVICH

Formado em Teatro no Instituto Universitario Nacional del Arte. Se formou com Ciro Zorzolli, Eugenio Soto, Antonio Célico, Mónica Viñao, José Cáceres, Helena Tritek, Mariana Brisky, Raquel Sokolowicz e Rubén Szuchmacher. Como diretor se formou com Rubén Szuchmacher e Graciela Schuster. Selecionado para integrar o Primeiro programa de Estágio para Diretores no Complexo Teatral de Buenos Aires, coordenado por Luis Cano e dirigido por Guillermo Heras, Rubén Szuchmacher, Guillermo Cacace e Luciano Suardi. Entre seus trabalhos se encontram “UN CANARIO” texto de Luis Cano, com o qual integrou a Bienal de Arte Jovem de Buenos Aires 2013 e foi selecionado para os Prêmios TRINIDAD GUEVARA: Nomeado como “Melhor ator”, ganhador de “Melhor iluminação”; MARGA LÓPEZ O LA POCA REBELDÍA DEL MÁRMOL” texto de Susy Shock, “BASADA EN HECHOS REALES” Tese da licenciatura em Atuação da Universidad Nacional de Córdoba de Gastón Palermo, “VISAGES” texto de Hubert Colás. Dirigiu o melodrama musical “¿PARA QUÉ SIRVE EL AMOR?” de Alejandro Ojeda e Marta Pomponio. Dirigiu “BODY ART” de Sol Rodríguez Seoane com a qual participou do VII Festival Internacional de Teatro além de obter outros prêmios. Como professor, foi assistente de diversos cursos e seminários ministrados por José Cáceres. Foi responsável pela oficina anual de interpretação e direção da Casa Jáuregui, Taller para adultos em Caliú, espacio de Arte. Ministrou o Seminário Intensivo “Atuar e dirigir a partir do contexto” no Documenta/Escénicas. Também ministrou o Seminario Curricular de Técnicas Expresivas III na Licenciatura em Teatro da Universidad Nacional de Córdoba. Atualmente vive em Paris e cursa na Universidade Saint Denis, Paris 8 o Mestrado em Teatro “Scènes du monde – Recherche et création”

RITA GRILLO

Atriz, diretora, professora de interpretação – Formou-se em comunicação social pela PUC-SP. Cursa atualmente o mestrado em artes do espetáculo na Universidade Paris 8 – St. Dennis, sob a orientação de Chloé Déchery. Teve parte de sua formação teatral na França, onde entre 2003 e 2005 fez uma especialização na Universidade Sorbonne Nouvelle – Paris III, estudou arte marcial balinesa orientada por Tapa Sudana (ator de Peter Brook), e participou de workshops no Centro de Arte de Grotowski em Wroclaw, na Polônia, com o Odin Teatret e Zigmunt Molik. Desenvolveu pesquisa em teatro físico, tendo participado da Odin Week, na Dinamarca (2012) e de sessões de treinamento com Roberta Carreri (2012/2013).

Como atriz atuou recentemente em Apnée, texto e direção de Mariana Vaz (Teatro La Reine Blanche – Paris), La Blanchisseuse, de Sol Rodriguez Seoane, direção de Miguel Israilevich, Os Malaquias, a partir do romance de Andréa del Fuego, direção de Julien Duval, no Théâtre National de Bordeaux (2018), Mort et vie séverines, primeira montagem francesa do texto de João Cabral de Melo Neto, direção de Magdalena Bournot, no Théâtre de la Bastille, em Paris (2017); no solo A Dor, de Marguerite Duras, direção de Vanessa Bruno, do Vulcão [criação e pesquisa cênica] (2016); Vermelho Labirinto, texto e direção de Pedro Granato (2016),  Dissecar uma Nevasca,  de Sara Strisberg, direção de Bim de Verdier (2015) e em O Jardim, da Companhia Hiato, texto e direção de Leonardo Moreira, substituindo Luciana Paes em Porto Alegre e Viena (2015); entre 2011 e 2001, trabalhou no Brasil e na França com diversos diretores, dentre os quais Celso Frateschi, Marco Antonio Rodrigues, Chico de Assis, Nicole Aun, Luiz Eduardo Frin, entre outros.

Realizou em 2013 sua primeira direção, o espetáculo Ninguém no Plural, inspirado em contos de Mia Couto. Foi assistente de direção de Catherine Marnas (2018 e 2008), Anne Kessler (2016 e 2014) e Bim de Verdier (2015). Desde setembro de 2017 é professora na escola de formação de atores École du Jeu, em Paris. Foi professora de interpretação teatral por 10 anos na escola de formação de atores Globe-sp, onde dirigiu diversas montagens de conclusão de curso.

SOL RODRIGUEZ SEOANE

Dramaturga, roteirista, professora e pesquisadora universitária em Buenos Aires. Formada em Artes cênicas com um mestrado em dramaturgia na Universidade Nacional das Artes, participou do Curso de Dramaturgia da Escola Municipal de Arte Dramática e fez a formação de roteirista para o cinema e a televisão. Com uma grande produção, obteve diversos prêmios e menções. Trabalha como roteirista e colaboradora em programas de televisão. Além de sua atividade como autora, ela é professora de História do teatro moderno e contemporâneo na UNA. Há 10 anos integra o grupo de pesquisa sobre as topologias da crítica teatral. Desde 2008 ministra ateliês de leitura e escrita teatral e faz releituras de textos de autores emergentes da Argentina.  Entre seus textos montados com reconhecimento no teatro argentino, se encontram: Plantas de Interior, Body Art, Orfeo Mezzosoprano e Ostende.

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