A Mãe Morta

Espetáculo acompanha trajetória de uma família a partir do reencontro da mãe com a sua filha trans

A Mãe Morta se passa entre 1930 e 2021, e mostra a luta de uma mãe por sua libertação dentro de uma família judaica, de tradição rígida, além do conflito da filha trans e seu processo de transição. O texto perpassa por assuntos como racismo, homofobia, transfobia e antissemitismo nesta saga familiar. A dramaturgia é de Mica Ella Cimet e direção de Beatriz Miranda na primeira montagem da Flexágono Produções Culturais.

Link para fotos – https://bit.ly/39lT1iz (crédito Vitor Monteiro)

Uma jornada de quase 100 anos, que se passa na Ucrânia, México e Brasil envolvendo camadas em relação à família, religião e identidade de gênero. Este é o clima épico dramático de A Mãe Morta que leva o público para uma encenação itinerante em vários espaços do Centro Cultural São Paulo – CCSP. A dramaturgia é de Mica Ella Cimet e direção de Beatriz Miranda no primeiro espetáculo da Flexágono Produções Culturais.A estreia é no dia 1º de julho, sexta-feira, às 21h. A temporada vai até 24 de julho com sessões sextas e sábados, às 21h, e domingo, às 20h.

O elenco é formado por Alexandre Nascimento, Bea Lerner, Bruli Maria, Cora Valentini, Fabiana Fields, Gustavo Merighi, Laerte Mello, Lucas Itri, Luciana Schwinden e Sofia Riccardi. A peça conta a história de Paloma, uma mulher, imigrante judia, mãe e professora. A morte iminente da matriarca faz com que seus filhos se reencontrem promovendo um mergulho nas relações familiares dentro de um universo específico, mas tangente a todos nós. A história apresenta duas imagens contraditórias da mesma personagem: a mãe, não muito amada pelos filhos, e a professora venerada pelos alunos.

Para a criação dramatúrgica, Mica Ella Cimetse inspirou na própria vida. “É um encontro das visões dramática e épica de uma mesma personagem. Os intercâmbios entre alunos e filhos vão imediatamente apresentando duas imagens contraditórias da mesma personagem: a mãe é vista como rígida, ignorante, egocêntrica, insensível e narcisista; já a professora é percebida como criativa, apaixonada pelo conhecimento, amorosa. Como um corpo biológico pode ocupar duas pessoas completamente diferentes? Existe uma energia feminina na peça em um contexto de entender a mãe, que é um enigma”.

Para acompanhar a jornada de Paloma, a encenação também observa a atmosfera migratória dos personagens e a fragmentação das lembranças.  A escolha do espaço cênico remete aos caminhos realizados por essa família. O público participa da itinerância percorrendo o trajeto da memória da filha em busca da verdadeira identidade da mãe, em meio a labirintos em seu processo de transição de gênero. O figurino é atemporal e exprime as características dos espaços onde passam as personagens. Na música, tem a presença do nigum, cantigas judaicas para promover estados de alegrias.

“Existem muitas transformações de tempo e espaço nesta trajetória. É como se fosse um museu de memórias, onde as pessoas podem visualizar por ângulos e jeitos diferentes. É uma maneira de ficar realmente dentro da história. As projeções e os véus dão um caráter mais onírico para a encenação”, ressalta a diretora.

Beatriz Miranda também enfatizou a importância do texto. “É um olhar sobre os papéis masculinos e femininos em uma sociedade, das filhas que brigam entre si, toca na ancestralidade, maternidade, questiona a teoria de que o amor de mãe é incondicional. A questão do machismo, patriarcado, são muitas camadas e pautas que estão povoando a história desta família.”

Mica Ella Cimet (68) e Beatriz Miranda (27) são de duas gerações completamente distintas, mas houve uma conexão, pois, ambas têm histórias na família que remetiam uma à outra, a proximidade com a cultura norte-americana, além de estrear o primeiro projeto da Flexágono Produções Culturais.

“A produtora nasce com a vocação de ser um espaço agregador, colaborativo e de compartilhamento de pesquisas, e tem como objetivo auxiliar na produção de iniciativas culturais em múltiplas linguagens, estimular ações de formação artística e apoiar etapas de produção em projetos culturais. A peça A Mãe Morta discute temas muito relevantes para toda a equipe, e chegou a hora de dividir essas sensações e experiências com o público”, conta Luciana Schwinden, diretora executiva da Flexágono e atriz do espetáculo.

A montagem transporta uma série de elementos que resultam em uma trama cheia de polissemias. “Para entender a Paloma, precisamos ir ao encontro de suas gerações passadas e futuras. E por mais que a inspiração é em uma história real, memória é ficção, pois cada vez que lembramos de algo, ela é modificada”, revela a dramaturga.

FICHA TÉCNICA:

Dramaturgia: Mica Ella Cimet. Orientação Dramatúrgica: Marcos Barbosa. Direção Artística e Encenação: Beatriz Miranda. Assistência de Direção: Caroline Cassinelli. Direção de filmagem e registro de ensaios: Will Silva. Assistência de filmagem e captação de som: Tiel Del Valhe. Produção: Corpo Rastreado – Thaís Venitt e Bruno Portela. Direção de Produção e Realização: Flexágono Produções Culturais. Elenco: Alexandre Nascimento, Bea Lerner, Bruli Maria, Cora Valentini, Fabiana Fields, Gustavo Merighi, Laerte Mello, Lucas Itri, Luciana Schwinden, Sofia Riccardi. Figurino: Victoria Moliterno. Direção de canto: Sonia Goussinsky. Piano e sonoplastia: Cella Azevedo. Preparação Vocal: Lúcia Gayotto. Treinamento de Técnica Meisner: Tomás Rezende. Desenho de Luz: Aline Santini. Direção de arte: Kleber Montanheiro. Cenotécnico: Wanderlei Wagner. Desenho de vídeo e projeção: Grissel P. Manganelli. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Pesquisa e acervo fotográfico: Esther Cimet. Design Gráfico: Renan Marcondes.

SERVIÇO:

Centro Cultural São Paulo – CCSP – Sala Espaço Missão e Anexo da Adoniran.

Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso/SP.

Temporada: De 1 a 24 de julho de 2022. Sextas e sábados, às 21h, e domingo, às 20h.

Duração: 90 minutos. Classe indicativa: 16 anos. Capacidade: 60 lugares.

Ingresso: R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia). Pessoas trans terão entrada gratuita no espetáculo.

Os ingressos estarão disponíveis para a compra na bilheteria do CCSP, uma hora antes da apresentação. Para retirá-los, será necessário apresentar o comprovante de vacinação da Covid-19 (físico ou digital), com no mínimo duas doses.

Informações para imprensa:

Adriana Balsanelli

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Renato Fernandes

11 97286-6703 

renato.fernandesgon@gmail.com