Dogville
Adaptação teatral do filme do cineasta dinamarquês Lars von Trier, espetáculo Dogville estreia no Teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro, e desembarca em São Paulo em janeiro de 2019
Com direção de Zé Henrique de Paula, peça traz no elenco Mel Lisboa, Eric Lenate, Fábio Assunção, Bianca Byington, Marcelo Villas Boas, Anna Toledo, Rodrigo Caetano, Gustavo Trestini, Fernanda Thurann, Thalles Cabral, Chris Couto, Blota Filho, Munir Pedrosa, Selma Egrei, Dudu Ejchel e Fernanda Couto.
O diretor paulistano Zé Henrique de Paula (vencedor dos prêmios Shell, APCA, Reverência, Aplauso Brasil e Arte Qualidade Brasil) dirige a primeira adaptação teatral brasileira para Dogville, obra-prima do cineasta dinamarquês Lars von Trier. A peça estreia no dia 2 de Novembro, no Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro, onde segue em cartaz até 16 de dezembro. O espetáculo chega a São Paulo para uma temporada no Teatro Porto Seguro, entre 25 de janeiro e 31 de março de 2019.
O elenco é formado por Mel Lisboa, Eric Lenate, Fábio Assunção, Bianca Byington, Marcelo Villas Boas, Anna Toledo, Rodrigo Caetano, Gustavo Trestini, Fernanda Thurann, Thalles Cabral, Chris Couto, Blota Filho, Munir Pedrosa, Selma Egrei, Dudu Ejchel e Fernanda Couto.
A trama se passa na fictícia cidade de Dogville, uma pequena e obscura cidade situada no topo de uma cadeia montanhosa, ao fim de uma estrada sem saída, onde residem poucas famílias formadas por pessoas aparentemente bondosas e acolhedoras, embora vivam em precárias condições de vida. A pacata rotina dos moradores daquele vilarejo é abalada pela chegada inesperada de Grace (Mel Lisboa), uma forasteira misteriosa que procura abrigo para se esconder de um bando de gangsteres.
Recebida por Tom Edison Jr. (Rodrigo Caetano), que, comovido pela sua situação, convence os outros moradores a acolhe-la na cidade, Grace, apesar de afirmar nunca ter trabalhado na vida, decide oferecer seus serviços para as famílias da Dogville em agradecimento pela sua generosidade. Porém, no decorrer da trama, um jogo perverso se instaura entre os moradores da cidade e a bela forasteira: quanto mais ela se doa e expõe a sua fragilidade e a sua bondade, mais os cidadãos de bem exigem e abusam dela, levando a situação a extremos inimagináveis.
A obra faz uma crítica mordaz ao mundo contemporâneo e à sociedade de consumo por meio de uma radiografia precisa da alma humana. “São situações reais e muito próximas de nós, que colocam uma lente de aumento na alma do ser humano. É como se não acreditássemos que aquelas pessoas fossem capazes de explorar essa mulher de forma tão cruel. O filme discute questões muito atuais como a xenofobia, a intolerância e põe em cheque a máxima do sistema capitalista onde, para se obter lucros exorbitantes, é preciso explorar ao máximo o outro, por vezes de formas desumanas”, revela o produtor e idealizador da peça Felipe Lima.
Ainda segundo ele, o filme fala sobre os limites humanos. “Em tempos de intolerância, de exploração é necessário mostrar que, embora o ser humano tenha uma tendência a agir de modo abusivo em determinadas situações, é preciso impor limites. Nem tudo é aceitável, muito menos tolerável. É preciso exercitar a empatia, olhar com atenção para o outro. E que até a bondade excessiva e a resignação podem ser manifestações de arrogância, de paternalismo. Até que ponto você tem que perdoar no outro atitudes e comportamentos pelos quais se puniria?”, explica.
Para o diretor Zé Henrique de Paula, é desafiador transformar o filme de Lars von Trier em uma peça porque a obra já evoca essa estrutura teatral. “Acho que o filme é uma referência muito forte, é icônico e sinônimo de Lars von Trier e daquela linguagem mais teatral. Adotamos o caminho inverso: na peça flertamos com a linguagem cinematográfica, utilizando não somente projeções e videomapping, mas também projetando cenas filmadas ao vivo durante o espetáculo. Como se não bastasse, ainda há os desafios da própria narrativa – o caminho rumo à nossa sombra, nosso lado escuro, nossos sentimentos mais negativos e mesquinhos. Trabalhar isso com os atores envolve muita energia e desprendimento por parte de todo o elenco e equipe”, revela.
Além da linguagem cinematográfica, a montagem flerta com estéticas importantes do teatro e do teatro físico, como de Tadeusz Kantor, Pina Bausch e Dimitris Papaioannou. “A ideia é explorar a secura do texto, a aridez da cidade e a precariedade dos personagens de forma a trazer isso também para o corpo dos atores e os elementos de encenação”, diz o diretor.
“O cenário de Bruno Anselmo (indicado ao Shell por 1984) é uma sucessão de telas, algumas mais translúcidas, outras mais sólidas, algumas verticais e outras colocadas na horizontal (como piso propriamente). Nelas, há projeção (a cargo de Laerte Késsimos) de elementos simbólicos, de texto propriamente dito, de cenas gravadas e de cenas filmadas ao vivo durante a peça. A paleta de cores no geral é acinzentada, com utilização de poucos elementos – há 14 cadeiras que representam cada morador de Dogville. Os figurinos de João Pimenta são atemporais e anacrônicos, em diferentes tonalidades, como se houvesse uma intenção do cinza em se tornar outra cor mais vibrante, mas frustrada essa tentativa”, acrescenta Zé Henrique.
Considerado pela BBC um dos melhores filmes do século 21, o longa-metragem de Lars von Trier, lançado em 2003, foi estrelado por Nicole Kidman, Paul Bettany, Patricia Clarkson, Udo Kier, James Caan, Philip Baker Hall, John Hurt, entre outros. O título ganhou o Prêmio do Cinema Europeu e o Robert Award e foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes.
“Lembro-me de ter assistido à Dogville no cinema e de ter me encantado com a sua estética, era totalmente inovadora; uma obra cinematográfica gravada como peça de teatro em um galpão, onde não havia cenário, só algumas mobílias; e as casas eram feitas com riscos de giz no chão. A encenação era totalmente focada no trabalho dos atores”, comenta Lima.
Sobre Zé Henrique de Paula
Ganhador dos prêmios Shell, APCA, Reverência, Aplauso Brasil e Arte Qualidade Brasil, é Zé Henrique de Paula é mestre em direção teatral pela University of Essex, em Londres, na Inglaterra. Ele também é bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie e pós-graduado em Artes Cênicas pela Escola de Comunicação e Artes da USP. Fez curso de Costume Design For Theatre and Screen, na Central Saint Martins/College of Art and Design – London, com Gary Thorne.
Alguns dos espetáculos que dirigiu são “1984”, “Cândida”, “Senhora dos Afogados”, “As Troianas – Vozes da Guerra”, “Bichado”, “No Coração do Mundo”, “Mormaço”, “Nossa Classe”, “Ou Você Poderia me Beijar”, “Preto no Branco”, “Sideman”, “Urinal, o Musical”, “Ao Pé do Ouvido”, “Lembro Todo Dia de Você” e “Carrossel, o Musical”.
Ficha técnica:
Título Original: Dogville. Autor: Lars von Trier. Direção: Zé Henrique de Paula. Elenco: Mel Lisboa (Grace), Eric Lenate (Narrador), Fábio Assunção (Chuck), Bianca Byington (vera), Rodrigo Caetano (Tom Edison), Anna Toledo (Martha), Marcelo Villas Boas (Ben), Gustavo Trestini (Sr Henson), Fernanda Thuran (Liz), Thalles Cabral (Bill Henson), Chris Couto (Sra Henson), Blota Filho (Thomas Pai), Munir Pedrosa (Jack McKay), Selma Egrei Ma Ginger), Fernanda Couto (Glória) e Dudu Ejchel (Jason). Idealização: Felipe Lima. Realização: Sevenx Produções Artísticas.
Serviço:
DOGVILLE – Estreia dia 2 de novembro no Teatro Clara Nunes.
Temporada: De 2 de novembro a 16 de dezembro. Sextas e sábados, às 21h e Domingos, às 20h.
Duração: 120 minutos. Classificação: 16 anos. Ingressos: Sexta-feira Plateia: R$ 80,00 (inteira) / R$ 40,00 (meia). Balcão: R$ 50,00 (inteira) / R$ 25,00 (meia). Sábados e Domingos: Plateia: R$ 100,00 (inteira) / R$ 50,00 (meia). Balcão: R$ 70,00 (inteira) / R$ 35,00 (meia)
TEATRO CLARA NUNES – Shopping da Gávea, R. Marquês de São Vicente, 52 – Gávea, Rio de Janeiro – RJ. Tel.: (21) 2274-9696
Horários da bilheteria: Segunda a sábado, das 13h às 21h. Domingo, das 13h às 20h.
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TEATRO PORTO SEGURO – SP
De 25 de janeiro e 31 de março de 2019 – Sextas e sábados às 21h e domingo às 19h.
Ingressos: Sextas-feiras R$ 80,00 plateia / R$ 50,00 balcão/frisas. Sábados e domingos R$ 90,00 plateia / R$ 60,00 balcão/frisas.
Classificação: 16 anos.
Duração: 100 minutos.
TEATRO PORTO SEGURO
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo.
Telefone (11) 3226.7300.
Bilheteria: De terça a sábado, das 13h às 21h e domingos, das 12h às 19h.
Capacidade: 496 lugares.
Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners).
Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos.
Estacionamento no local: Estapar R$ 20,00 (self parking) – Clientes Porto Seguro têm 50% de desconto.
Serviço de Vans: TRANSPORTE GRATUITO ESTAÇÃO LUZ – TEATRO PORTO SEGURO – ESTAÇÃO LUZ. O Teatro Porto Seguro oferece vans gratuitas da Estação Luz até as dependências do Teatro. COMO PEGAR: Na Estação Luz, na saída Rua José Paulino/Praça da Luz/Pinacoteca, vans personalizadas passam em frente ao local indicado para pegar os espectadores. Para mais informações, contate a equipe do Teatro Porto Seguro.
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