Marcelo Quintanilha – EruDito

Marcelo Quintanilha cria letras originais para composições famosas da música clássica em seu novo álbum EruDito

Projeto tem participações especiais de Pe. Fábio de Melo, Monica Salmaso, Virginia Rodrigues e Daniela Mercury em quatro canções que serão lançadas entre outubro de 2020 e janeiro de 2021

Sabe aquela melodia maravilhosa, daquela canção erudita que todo mundo sabe assoviar ou cantarolar, mesmo sem ter certeza de quem seja o autor? Em seu novo trabalho, EruDito, o cantor e compositor Marcelo Quintanilha compôs onze letras para melodias de dez compositores clássicos (Bach, Vivaldi, Mozart, Beethoven, Schubert, Schumann, Chopin, Brahms, Tchaikovsky e Claude Debussy). Com direção artística de Luca Raele e Camilo Carrara, o álbum completo tem previsão de lançamento para 2021 por meio do selo Yb Music.

Antes disso, quatro singles com participação especial de Padre Fábio de Melo, Mônica Salmaso, Virgínia Rodrigues e Daniela Mercury serão lançados mês a mês, a partir de outubro até janeiro. O primeiro, Nem País Nem Paz, a partir do Poco Allegretto da Terceira Sinfonia de Brahms, com a participação do Padre Fábio de Melo será lançado dia 23 de outubro nas plataformas digitais.

Como o próprio nome do projeto indica, EruDito tem como conceito o “clássico versado” e reúne algumas melodias eruditas que já fazem parte da nossa memória afetiva e do nosso consciente coletivo – e outras não tão conhecidas, mas extremamente bonitas. As músicas têm como base um quarteto formado por Marcelo Quintanilha (voz e violões); Camilo Carrara (violões, bandolim e guitarra), Luca Raele (piano e clarinete) e Danilo Vianna (baixo acústico), além da participação de Peu Del Rey e Danilo Moura (percussão) e Edmilson Capelupi (violão 7 cordas) em duas faixas.

“Eu comecei a me inspirar ouvindo a Vânia Abreu [que é esposa do músico] cantar Céu de Santo Amaro, que Flávio Venturini compôs sobre o Arioso da Cantata n˚ 156, de Bach. Outra inspiração importante foi Trenzinho do Caipira, de Villa Lobos, para a qual Ferreira Gullar fez a letra. Achei uma ideia tão interessante e fui pesquisar se outros artistas também tinham feito isso. Então, mostrei o que já tinha feito para o Luca Raele, que me ajudou a lapidar as canções. O Camilo Carrara se juntou depois ao time e dividiu com Luca a produção musical do projeto”, conta Quintanilha.

Toda a pesquisa, escolha de repertório, conceito musical e arranjos foram feitos a seis mãos, por Luca, Camilo e Quintanilha. Entre as peças clássicas escolhidas estão composições de Johann Sebastian Bach (1685-1750), Claude Debussy (1862-1918), Antonio Vivaldi (1678-1741), Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), Ludwig van Beethoven (1770-1827), Franz Schubert (1797-1828), Frédéric Chopin (1810-1849), Johannes Brahms (1833-1897) e Piotr Ilitch Tchaikovski (1840-1893).

E, para criar essa mistura entre o popular e o erudito, as canções ganharam versões bem brasileiras, passando pela bossa-nova, moda de viola, marcha-rancho, samba-choro e congado. Com versos inteligentes, sensíveis e atuais, as letras foram compostas com todo rigor e respeito às melodias originais, e tratam de temas variados, do social (como a questão dos refugiados), ao romântico e lírico.

“Tivemos um cuidado minucioso de quase não alterar a métrica original das melodias. O Luca foi muito importante no projeto, porque ele cortava palavras e versos que estivessem fora da prosódia, que é basicamente a combinação da sílaba tônica da melodia combina com a sílaba tônica da palavra. Foi um processo bem demorado, levou três meses para fazer todas as letras!”, revela Quintanilha.

Outro cuidado importante tomado por Quintanilha foi respeitar os temas evocados pelas próprias peças eruditas para criar as letras. Por exemplo, a faixa Noturno, a partir doNoturno Op. 9 n˚2 de Chopin, fala sobre a noite, os astros e o universo.

Para o compositor, muito feliz com o resultado, este foi o trabalho mais difícil de sua carreira, que chega agora ao seu décimo segundo álbum. E este projeto permite trazer aos ouvidos de uma nova geração o acesso e o interesse pela música erudita de uma maneira totalmente inovadora, quebrando as barreiras e criando uma ponte entre a música clássica e a canção popular.

Parcerias e lançamentos dos singles

Os quatro singles de EruDito serão lançados um por mês, de outubro de 2020 a janeiro de 2021, em todas as plataformas digitais. E o público ainda poderá conferir nas plataformas de Quintanilha e dos quatro artistas convidados uma playlist paralela com as versões originais de cada peça erudita. Depois desses lançamentos, outras sete faixas chegam juntas ao mercado digital, completando o álbum.

O primeiro convidado é o Padre Fábio de Melo, que gravou com Quintanilha a canção Nem Pais Nem Paz, a partir do Poco Allegretto da Terceira Sinfonia de Brahms. A faixa também ganhará um videoclipe exclusivo. “Quando fiz a letra para essa música de Brahms, a melodia, tão linda, me sugeriu algo ao mesmo tempo muito triste: a questão das imigrações e dos refugiados. Achei que ninguém melhor do que Padre Fábio, que já é meu amigo há bastante tempo, poderia cantar esse tema”, conta o compositor.

Mônica Salmaso gravou a canção Três Sinais, a partir do Improviso Op. 90 n˚3, de Schubert, com lançamento previsto para novembro. “Ter a Mônica conosco era um sonho, porque ela daria a chancela de qualidade artística para o projeto. Luca, que toca com ela, fez essa aproximação e ela escolheu essa música, que fala sobre a dualidade do artista no camarim e no palco, muito inspirada em A Valsa dos Clowns do Grande Circo Místico”, explica.

Já a faixa Bem Me Quer, a partir da Abertura Romeu & Julieta, de Tchaikovsky, conta com a participação de Virgínia Rodrigues e será lançada em dezembro. “Pensei que ela seria ideal para fazer uma aproximação do erudito com o popular. Ela canta maravilhosamente bem com aquele timbre e impostação característica dela, quase de maneira erudita mesmo, e eu achei que a voz dela casaria perfeitamente com esse projeto. Ela canta a única música que eu pensei como um dueto mesmo”, diz.

Para encerrar essa fase dos singles, em janeiro de 2021, Quintanilha lança Carnaval de Viena, a partir do Intermezzo do Carnaval de Viena Op. 26, de Schumann, com Daniela Mercury. “Fizemos juntos várias parcerias. Ela dirigiu, meu show mais recente, o Caju – Canções de Cazuza por Marcelo Quintanilha (2018), ela já gravou várias canções minhas, mas nunca cantamos juntos em um álbum. Então, decidi convidá-la para cantar essa canção em homenagem ao Carnaval, que tem tudo a ver com ela.  Na letra, eu quis reviver aquela coisa do Pierrot e da Colombina quase como um quadro sobre a Commedia Dell’Arte”, acrescenta.

Confira abaixo todas as faixas do disco EruDito

1) BEM ME QUER (part. Virginia Rodrigues) – lançamento em dezembro

Pyotr Ilyich Tchaikovsky / Marcelo Quintanilha      

Sobre Abertura Romeu & Julieta

2) BOAS NOVAS

Johann Sebastian Bach / Marcelo Quintanilha

Sobre a Polonaise da Suite Francesa n˚ 6

3) CARNAVAL DE VIENA (part. Daniela Mercury) – lançamento em janeiro de 2021

Robert Schumann / Marcelo Quintanilha

Sobre o Intermezzo do Carnaval de Viena Op. 26

4) DOR E DÓ

Johann Sebastian Bach / Marcelo Quintanilha

Sobre a Aria da Suite n˚3 BWV 1068

5) NEM PAÍS NEM PAZ (part. Pe. Fábio de Melo) – Lançamento em outubro

Johannes Brahms / Marcelo Quintanilha

Sobre Poco Allegretto da Terceira Sinfonia

https://smarturl.it/MarceloQuintanilha

6) NOTURNO

Frédéric François Chopin / Marcelo Quintanilha

Sobre Noturno Op. 9 n˚2

7) RIMA IDEAL

Ludwig van Beethoven/ Marcelo Quintanilha

Sobre Adagio Cantabile da Sonata n˚8 Op. 13

8) SENHOR E REI

Wolfgang Amadeus Mozart / Marcelo Quintanilha

Sobre Andante do Concerto n˚ 21 para Piano K.467

9) SONHOS

Achile-Claude Debussy / Marcelo Quintanilha

Sobre Rêverie

10) TRÊS SINAIS (part. Monica Salmaso) – lançamento em novembro

Franz Peter Schubert / Marcelo Quintanilha

Sobre Improviso Op. 90 n˚3


11) INVERNO

Antonio Vivaldi / Marcelo Quintanilha

Sobre o Largo do Concerto Op. 8 n˚4 (Inverno)

Sobre Marcelo Quintanilha

Marcelo Quintanilha é paulistano e cresceu em um meio musical. Em 1992, aos 23 anos, Quinta, como se tornou conhecido, classificou-se como o “compositor mais jovem” entre os finalistas do Festival da Record com a canção Domingo Outra Vez, homenagem aos festivais dos anos 60.  

Ao longo de seus quase 30 anos de carreira, já lançou 12 discos, entre eles, CAJU – As Canções de Cazuza por Marcelo Quintanilha (2018), Eu Inteiro Só (2016), Cumulus Samba (2012), Quinto (2008), Pierrot & Colombina (2006), Mosaico (2005), Sala de Estar (2003), Quinta (1998) e Metamorfosicamente (1995).

Faz parte, com Jota Velloso e Thathi, do coletivo Os Marchistas, banda que desde o carnaval de 2013 vem se destacando na folia de Momo com seu show contagiante e irreverente. Em 2014, Os Marchistas lançaram seu primeiro CD, homônimo.

Além disso, é parceiro em muitas canções de Daniela Mercury, Carlos Careqa e Tenison Del Rey, e teve suas composições gravadas por artistas como Vania Abreu, Padre Fabio de Melo, Belô Veloso, Péri e Nando Reis.

Sobre Luca Reale

Clarinetista, pianista, arranjador e compositor nascido em São Paulo. Entre 1990 e 1995 integrou a Orquestra Sinfônica Municipal e a Jazz Sinfônica. A partir de 1987, participa do grupo Nouvelle Cuisine (prêmios Sharp e APCA), e desde 1991 do conjunto de clarinetas Sujeito a Guincho (Prêmio Eldorado de Música e Sharp).

Com o Sujeito a Guincho obteve reconhecimento internacional, principalmente através dos convites para apresentações no Clarinetfest (organizado nos EUA) em 1997, 1998, 2001; em Washington e Miami (Broward Center), com Mônica Salmaso, em 2006; e no Conservatório Tchaikovski em Moscou, em 2008. Em julho de 2004, integra o World Clarinet Quartet, com Claudio Puntin, Paulo Sérgio Santos e Gabriele Mirabassi, no Traumzeit Festival em Duisburg, Alemanha. Indicado ao Prêmio da Música Brasileira em 2015 como arranjador.

Em gravações ou concertos, atuou junto a artistas e grupos como o Quarteto Guarnieri, Quarteto de Cordas Municipal (SP), Orquestra Experimental de Repertório, Mônica Salmaso, Nelson Ayres, Paulinho da Viola, Egberto Gismonti, André Mehmari, Marisa Monte, Milton Nascimento e Antônio Nóbrega, entre outros.

Sobre Camilo Carrara

Camilo Carrara é diretor e produtor musical, violonista, multi-instrumentista, arranjador, compositor, professor e consultor de sound branding (Identidade Sonora das Marcas). É nacharel pelo Departamento de Música da ECA-USP e especialista em Gestão de Marketing Estratégico com MBA pela FEA-USP. É também professor de violão do Nacional Music Festival, em Maryland (EUA), do Departamento de Música da Faculdade Cantareira e da Pós Graduação da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo. Sua discografia consiste em mais de 80 CDs, entre colaborações e trabalhos solo.