Sonhos Para Vestir

Sara Antunes estreia Sonhos Para Vestir em versão audiovisual na mostra de cinema do CCSP e em temporada on-line

Link para fotos – https://bit.ly/3uECpsA

Depois da bem-sucedida incursão pelo universo no teatro digital com a estreia do espetáculo Dora e da gravação de Leopoldina, Independência e Morte, Sara Antunes adapta Sonhos Para Vestir para uma versão audiovisual. Para enfrentar o desafio da interatividade com o público presente na montagem, a diretora Vera Holtz propôs que ela interagisse com os filhos, Benjamim de 8 anos e Antônio de 6. 

O espetáculo estreia no Centro Cultural São Paulo, na mostra Quando o Palco se Fez Cinema, dia 15 de outubro, às 20h15. Em seguida, realizará 8 sessões em temporada on-line, de 16 de outubro a 7 de novembro, às 20h, pela plataforma Sympla.

Sonhos Para Vestir é um delírio poético, a partir de uma história real, pela perspectiva da palavra por meio de cartas trocadas entre pai e filha e a sob influência de autores como Bartolomeu Campos de Queiroz (que ainda vivo pôde acompanhar a criação do espetáculo) e Gaston Bachelard. 

Sara Antunes tinha perdido o pai em 2007 com quem nutria uma relação de muita beleza, um tipo especial de relação desde a barriga da mãe. O pai deixou escritos sobre hipóteses radiantes de uma vida, e trocaram cartas até o fim, quando sem ouvir mais, sem escrever, sem falar, ele num quarto de hospital, se despediu. É deste silêncio fecundo e fértil que nasceu as palavras da peça. 

A exposição Memórias Para se Vestir de Analu Prestes inspirou a autora e veio a ideia da criação. Sara Antunes se juntou aos artistas Vera Holtz (direção), Analu Prestes (cenário), Daniel Valentini (trilha sonora) e Paulo Cesar Medeiros (luz) para a criação do espetáculo, numa costura delicada de poesia, filosofia e teatro. A peça reflete sobre os desejos mais íntimos e o afeto, mas é sobretudo uma homenagem da relação de uma filha com seu pai.       

“Durante o processo 11 anos atrás a Vera me ajudou entender que essa criação se relacionava a figura do meu pai que tinha acabado de falecer e criar a peça fazia parte do meu luto, uma espécie de homenagem poética a relação. Senti que era uma peça importante para ser refeita num momento de elaboração de tantos lutos. Mas, não imaginava a dimensão que isso causaria por aqui. Nesses 11 anos tive meus dois filhos e ao incorporá-los a peça redimensionamos o sentido dela que trás memórias, mas, trás também futuro. Pude provocar um encontro deles com o avô mesmo que nesse universo poético. A arte é realmente capaz de promover esses encontros num grande circo etéreo como diz Amir Haddad. Então pra mim já fez um sentido imenso e espero que a delicadeza dessa experiência reverbere, ecoe…”diz Sara.        

Vera Holtz destaca a presença da maternidade na montagem da peça. “Sara me disse que os filhos não tinham visto essa peça ainda. Quando estávamos no processo de criação, ela fazia as cenas, improvisações e percebi que sem ela ter consciência estava criando uma grande homenagem ao pai. Ela no meio do processo pôde se dar conta. Agora nessa outra fase eu disse: Sara traga os seus filhos para a cena! Você falava tanto de quando seu pai escrevia palavras na barriga da sua mãe grávida pra você. Ou seja, a presença da maternidade já era forte na primeira montagem. E agora temos a chance de trazer a passagem do tempo daquela maternidade para a Sara-mãe. Materializar essa passagem agora com os filhos ali descobrindo o avô pela mãe.  Trazê-los concretiza a passagem do tempo e materializa o tempo da vida.”

O espetáculo estreou em 2010 realizando mais de 20 apresentações pelo país. Em 2019, participou do Festival Internacional de Mindelact, na África. “A peça nasceu num teatro pequeno muito intimista e durante os anos foi expandindo, fizemos em teatro enormes, como na última vez em Cabo Verde, na África. Agora foi um movimento inverso para uma intimidade máxima, ressaltando a delicadeza, matéria rara atualmente! O cenário criado pela Analu Prestes tem riquezas que talvez só agora poderão ser reveladas. Foi uma grande imersão gravada em casa, com a orientação de Vera Holtz e parceria na montagem e captação de Henrique Landulfo”, conclui Sara.

Ficha técnica:

Direção: Vera Holtz. Texto e Atuação: Sara Antunes. Cenário-Instalação: Analu Prestes. Música: Daniel Valentini. Luz: Paulo Cesar Medeiros. Figurino: Kabila Aruanda. Preparação: Mary Kunha. Concepção Audiovisual: Sara Antunes. Participação especial: Antônio Bueno de Oliveira e Benjamim Antunes de Oliveira. Direção de Fotografia: Henrique Landulfo. Montagem: Henrique Landulfo e Sara Antunes Mixagem de Som: Gabriel Martini e Marcelo Bueno. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Produção: Corpo Rastreado.

Serviço:
Espetáculo digital Sonhos Para Vestir

Classificação etária: Livre.

Duração: 40 minutos.

Dia 15 de outubro de 2021, sexta-feira, às 20h15

Centro Cultural São Paulo – Mostra Quando o Palco se Fez Cinema

Ingressos: Grátis – Retirada de ingressos 1 hora antes da sessão.

Capacidade: 99 lugares.

Temporada on-line

De 16 de outubro a 7 de novembro de 2021

Sábados e domingos, às 20h.

Ingressos: Pague quanto puder

Ingressos e acesso à transmissão: Sympla.com.br

Sonhos Para Vestir na imprensa

E aqui é o perfume que predomina.O perfume das palavras, das lembranças que as palavras evocam, dos desejos que fabricam, adquirem transcendência graças à dimensão poética com que são encarados.Restando a cada espectador perceber em que tempo está conjugando a sua vida e, se necessário for, ter a coragem de alterá-lo. Sempre.” por  Lionel Fischer
 
 “Esse lugar da escuta mútua, a emoção de lidar incorpora-se como uma textura a mais no ir e vir por entre objetos, tecidos, fios de Ariadne dispostos na arena do sempre memorável teatro Paiol, essa dramaturgia cênica mora nos detalhes e possibilita aos interlocutores experimentar o sentimento da clareza diante do inefável.” por Valmir Santos/Teatro Jornal

Sonhos Para Vestir é sensível e inspirador, um dos mais cativantes espetáculos da mostra 2011 do Festival de Curitiba “ por Cistiano Luiz freitas

Costura delicada de poesia, filosofia e teatro. Uma das mais simples e mais belas montagens da Mostra oficial” por Soraya Belusi 

Sonhos para Vestir junta uma dramaturgia delicada, impregnada de lembranças, com uma multifacetada investigação cênica por Magela Lima

 
E entre tecidos fluidos, uma figura etérea passeou pelo palco e expos seu universo imaginário. E esse universo lúdico prossegue quando ela se lembra dos conselhos do pai. Quando chora e contagia a plateia com sua emoção. O público sai da peça com os olhos mareados. Sonhos para vestir é uma pequena joia de delicadezapor Ivana Moura/Satisfeita Yolanda?

                                  
Viver é como Sonhar. Essa sensação retorna quando vejo Sara Antunes rodando a leveza de seu corpo e a delicadeza de suas perguntas. Que palavra eu escolheria para o espetáculo de ontem? Inefável.” por Eduardo Montagnari      

Delicadeza e ousadia, requinte e simplicidade – as palavras registram um exercício teatral surpreendente.” por Tânia Brandão

Um espetáculo sensível, tocante, de inegável sinceridade e interesse, sem jamais perder tônus artístico por Miguel Anunciação/Jornal Hoje em Dia