Veraneio
Veraneio escancara desconforto em famílias no pós-pandemia com humor afiado e classe média no espelho
Repeteco de parceria de sucesso reúne direção de Pedro Granato e texto de Leonardo Cortez; Clarisse Abujamra se soma ao time em espetáculo que estreia no Sesc Ipiranga em 20 de janeiro.
Link para fotos bit.ly/3ClA4YC (crédito Nadja Kouchi)
Após uma premiada parceria de sucesso em 2018 em Pousada Refúgio, o diretor Pedro Granato e o dramaturgo Leonardo Cortez se unem mais uma vez no espetáculo Veraneio, que discute dramas familiares, dilemas e agonias do mundo pós-pandêmico com humor afiado. A peça estreia em 20 de janeiro, sexta-feira, às 21h, no Sesc Ipiranga, e segue em cartaz até o final de fevereiro. O elenco traz como novidade Clarisse Abujamra que se une ao elenco de Pousada Refúgio formado por Glaucia Libertini, Maurício de Barros, Sílvio Restiffe, Tatiana Thomé e Leonardo Cortez.
A trama acompanha o reencontro, repleto de curiosidades e dramas, de Dona Laura e seus três filhos amargurados para celebrarem o aniversário da matriarca, interpretada por Clarisse Abujamra. O cenário é a uma casa à beira-mar recém-comprada por uma das filhas, Hercília, decadente apresentadora de televisão e incomodada com a presença da mãe no seu refúgio. Ela e os irmãos, Silvio e Mario Sérgio, estão ansiosos para conhecer o novo e misterioso namorado de Dona Laura, um animado professor de ginástica. A expectativa por esse encontro e as novidades que ele traz afetam a relação familiar.
Veraneio é um aprofundamento da pesquisa iniciada para Pousada Refúgio, primeiro encontro da dupla Granato e Cortez, que estreou em 2018 e abordava o desmoronamento dos sonhos e da hipocrisia de dois casais de classe média. A obra foi sucesso de público e crítica e ganhou temporadas em vários teatros de São Paulo também no ano seguinte. A peça foi indicada a importantes prêmios para Leonardo Cortez como Shell, APCA e Aplauso Brasil e, entre as distinções de destaque, está a de melhor ator para Maurício de Barros no Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).
Assim como a antecessora, Veraneiotrabalha um texto contemporâneo e inédito para refletir não só sobre os efeitos do isolamento e do afastamento das famílias, mas também do novo desafio que se coloca quando essas pessoas se reencontram com bagagens cheias de traumas, perdas, frustrações e angústias.
O texto coloca o espectador e a sociedade no espelho, pois sua construção e suas referências estão muito ligadas às angústias vividas pelos brasileiros nos últimos anos, atravessando não só uma crise sanitária, mas turbulências políticas e econômicas. Apesar da carga dramática e emocional que essa discussão pode despertar, a peça também quer provocar pelo humor.
“Essa peça é uma comédia em que estamos rindo de nossa própria desgraça. Por isso muitas vezes sua graça é dolorida, porque o tombo é nosso. Uma vontade de fugir. Quem nos últimos anos não foi tocado em algum momento por esse impulso? Com o pesadelo político que vivemos nesses anos, a pandemia avassaladora e a crise? Mas como fugir da família? Essa espécie de instituição, esse agrupamento de afinidades e desavenças, esse núcleo visceral de pessoas com as mesmas raízes?”, questiona Granato.
Tudo é retratado por meio de diálogos ágeis e afiados, que marcam o estilo do dramaturgo, com a sensação de desestabilização das personagens. Inclusive a escolha do título da peça está ligada a essa intenção provocadora, esclarece Cortez, autor reconhecido no teatro por sua sensibilidade para tratar cotidianos e incômodos brasileiros. Além da vasta carreira na dramaturgia, ele fez sua estreia no cinema com o filme Down Quixote no Festival do Rio este ano.
“A palavra ‘veraneio’, referente à verão, me aponta um desdobramento. Um festival de verdades reveladas como uma sentença. Diálogo franco, nem por isso fácil com os dias de hoje, onde somos protagonistas de um festival de desentendimentos e ausência de escuta. Ao mesmo tempo, quanta comédia. Prefiro rir das minhas dúvidas. Tripudiar da minha tristeza”, explica Cortez.
Sinopse
O aniversário da mãe é o mote para o reencontro familiar com três filhos amargurados. Todos estão ansiosos por conhecer o novo namorado que a mãe conheceu na praia durante a pandemia. Os dilemas e agonias do mundo pós pandêmico se misturam com a descoberta do amor na melhor idade.
Ficha Técnica:
Idealização: Leonardo Cortez e Pedro Granato. Texto: Leonardo Cortez. Direção: Pedro Granato. Elenco: Clarisse Abujamra, Glaucia Libertini, Leonardo Cortez, Maurício de Barros, Sílvio Restiffe e Tatiana Thomé. Cenário e Adereços: Diego Dac. Iluminação: Beto de Faria. Figurino: Anne Cerutti. Cenotécnico: Roberto Tomasim. Costureira: Binidita Apelina. Assistente de Direção: Jade Mascarenhas. Assistente de Figurino: Luiza Spolti. Assistente de costura: Lis Regina. Produção Executiva: Carolina Henriques. Direção de Palco: Diego Dac. Técnico de Luz: Ariel Rodrigues e Beto de Faria. Técnica de Som: Jade Mascarenhas. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli. Fotos e Registro em Vídeo: Nadja Kouchi. Direção de Produção: Jessica Rodrigues. Realização: Contorno Produções e Pequeno Ato.
Serviço:
Espetáculo Veraneio – Estreia dia 20 de janeiro de 2023 no Sesc Ipiranga.
Temporada: De 20 de janeiro a 26 de fevereiro de 2023. Exceto 17, 18 e 19 de fevereiro.
Sextas e sábados, às 21h. Domingos e feriado (25/1), às 18h. Sessão com Libras nos dias 12 de fevereiro.
Ingressos: R$ 40 (inteira)/ R$ 20 (meia)/ R$ 12 (credencial plena).
Duração: 70 minutos.
Classificação: 14 anos.
SESC IPIRANGA – Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga
Horário de Funcionamento: Terça a sexta, das 7h às 21h30; aos sábados, das 10h às 21h30; domingos e feriados, das 10h às 18h30. Capacidade: 198 lugares.
Informações: (11) 3340-2035.
Vendas pelo site sescsp.org.br/ipiranga e nas unidades do Sesc.
Informações para imprensa:
Adriana Balsanelli
Fone: 11 99245 4138